terça-feira, 15 de novembro de 2011

Alberto Porfírio

Nasceu em Quixadá, 23 de dezembro de 1926 e faleceu em Fortaleza, 23 de setembro de 2009. Foi um escultor, xilogravurista, poeta popular e repentista brasileiro. Figura amada e respeitada no meio da cantoria e do cordel, foi considerado um dos expoentes da poesia popular cearense.
Porfírio desenvolveu sua leitura por meio de cordéis de Leandro Gomes de Barros, João Martins de Ataíde, Luís da Costa Pinheiro e outros. Com a seca de 1942, em plena II Grande Guerra, partiu, com a viola e cantoria, para ganhar a vida. Porém, alistou-se como "soldado da borracha", desistindo pouco antes da partida. O navio que levou os demais companheiros foi torpedeado e todos foram mortos. Retornou aos estudos com mais idade, estudando na sala ginasial ao lado da de seu filho mais velho. Mais tarde, tornaria-se professor pela Universidade Federal do Ceará. O poeta popular recebeu das mãos da Condessa Pereira Carneiro, do Jornal do Brasil, menção honrosa especial pelos seus trabalhos como cantor-repentista.
Já com saúde debilitada em função de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), Alberto Porfírio faleceu em 23 de setembro de 2009 devido complicações pulmonares de uma silicose causadas pelo constante contato com cimento, material utilizado em suas esculturas. Foi sepultado no cemitério da Parangaba, em Fortaleza. Deixou sete filhos, vinte netos e dez bisnetos.
OBRA
Foi autor de inúmeros cordéis além de publicar obras como Poetas Populares e Cantadores do Ceará (1977), Os Cem Sonetos, O Livro da Cantoria (1997), além de outras como Porque não aprendi a ler, No tempo da lamparina, Eu gostei mais foi do cão, Cantiga da Dorinha e A estátua de Jorge. Escreveu um livro de sonetos e outro sobre as noites de viola na Casa de Juvenal Galeno.
Viajou pelo Brasil divulgando a arte do repente e da poesia popular. Participou de pelejas, congressos e da fundação da Casa do Poeta Brasileiro em Brasília. Ministrou cursos de cantoria pelo rádio e criou esculturas em diversas partes do Brasil, dentre as quais a do Cego Aderaldo e de Domingos Fonseca. Depois do AVC e já com saúde debilitada, decidiu escrever sua Autobiografia, nela o cordelista narrou sua vida e sua obra em prosa e versos com lembranças de 1926 até 2006. Impedido de escrever com os próprios punhos, coube a sua filha transcrever para o papel o que era dito por ele.
Possui esculturas de sua autoria espalhadas por vários estados do Brasil.

Cego Aderaldo


Aderaldo Ferreira de Araújo, o Cego Aderaldo, nasceu no dia 24 de junho de 1878 na cidade do Crato — CE. Logo após seu nascimento mudou-se para Quixadá, no mesmo estado. Aos cinco anos começou a trabalhar, pois seu pai adoeceu e não conseguia sustentar a família. Tomou conta dos pais sozinho. Quinze dias depois que seu pai morreu (25 de março de 1896), quando tinha 18 anos e trabalhava como maquinista na Estrada de Ferro de Baturité, sua visão se foi depois de uma forte dor nos olhos. Pobre, cego e com poucos a quem recorrer, teve um sonho em verso certa vez, ocasião em que descobriu seu dom para cantar e improvisar. Ganhou uma viola a qual aprendeu a tocar. Mais tarde começou a tocar rabeca. Algum tempo depois, quando tudo parecia estar voltando à estabilidade, sua mãe morre. Sozinho começou a andar pelo sertão cantando e recebendo por isso. Percorreu todo o Ceará, partes do Piauí e Pernambuco. Com o tempo sua fama foi aumentando. Em 1914 se deu a famosa peleja com Zé Pretinho (maior cantador do Piauí). Depois disso voltou para Quixadá mas, com a seca de 1915, resolveu tentar a vida no Pará. Voltou para Quixadá por volta de 1920 e só saiu dali em 1923, quando resolveu conhecer o Padre Cícero. Rumou para Juazeiro onde o próprio Padre Cícero veio receber o trovador que já tinha fama. Algum tempo depois foi a vez de cantar para Lampião, que satisfez seu pedido — feito em versos — de ter um revólver do cangaceiro.
Tentando mudar o estilo de vida de cantador, em 1931, comprou um gramofone e alguns discos que usava para divertir o povo do sertão apresentando aquilo que ainda era novidade mesmo na capital. Conseguiu o que queria, mas o povo ainda o queria escutar. Logo depois, em 1933, teve a idéia de apresentar vídeos. Que também deu certo, mas não o realizava tanto. Resolveu se estabelecer em Fortaleza em 1942, onde veio a abrir uma bodega na Rua da Bomba, No. 2. Infelizmente o seu traquejo de trovador não servia para o comércio e depois de algum tempo fechou a bodega com um prejuízo considerável.
Desde 1945, então com 67 anos, Cego Aderaldo parou de aceitar desafios. Mas também, já tinha rodado o sertão inúmeras vezes, conseguira ser reconhecido em todo lugar, cantara pra muitas pessoas, inclusive muitas importantes, tivera pelejas com os maiores cantadores. E, na medida em que a serenidade, que só o tempo trás ao homem, começou a dificultar as disputas de peleja, ele resolveu passar a cantar apenas para entreter a alma. Cego Aderaldo nunca se casou e diz nunca ter tido vontade, mas costumava ter uma vida de chefe de família pois criou 24 meninos.

Texto extraído do livro "
Eu sou o Cego Aderaldo", prefácio de Rachel de Queiroz, Maltese Editora — São Paulo, 1994.


Faleceu  em Fortaleza no dia 29 de junho de 1967.

Patativa do Assaré

Eu, Antônio Gonçalves da Silva, filho de Pedro Gonçalves da Silva, e de Maria Pereira da Silva, nasci aqui, no Sí­tio denominado Serra de Santana, que dista três léguas da cidade de Assaré em 5 de março de 1909. Meu pai, agricultor muito pobre, era possuidor de uma pequena parte de terra, a qual depois de sua morte, foi dividida entre cinco filhos que ficaram, quatro homens e uma mulher. Eu sou o segundo filho.
Quando completei oito anos, fiquei órfão de pai e tive que trabalhar muito, ao lado de meu irmão mais velho, para sustentar os mais novos, pois ficamos em completa pobreza. Com a idade de doze anos, freqüentei uma escola muito atrasada, na qual passei quatro meses, porém sem interromper muito o trabalho de agricultor. Saí­ da escola lendo o segundo livro de Felisberto de Carvalho e daquele tempo para cá não freqüentei mais escola nenhuma, porém sempre lidando com as letras, quando dispunha de tempo para este fim. Desde muito criança que sou apaixonado pela poesia, onde alguém lia versos, eu tinha que demorar para ouvi-los. De treze a quatorze anos comecei a fazer versinhos que serviam de graça para os serranos, pois o sentido de tais versos era o seguinte: Brincadeiras de noite de São João, testamento do Juda, ataque aos preguiçosos, que deixavam o mato estragar os plantios das roças, etc. Com 16 anos de idade, comprei uma viola e comecei a cantar de improviso, pois naquele tempo eu já improvisava, glosando os motes que os interessados me apresentavam.
Nunca quis fazer profissão de minha musa, sempre tenho cantado, glosado e recitado, quando alguém me convida para este fim.
Quando eu estava nos 20 anos de idade, o nosso parente José Alexandre Montoril, que mora no estado do Pará, veio visitar o Assaré, que é seu torrão natal, e ouvindo falar de meus versos, veio à nossa casa e pediu à minha mãe, para que ela deixasse eu ir com ele ao Pará, prometendo custear todas as despesas. Minha mãe, embora muito chorosa, confiou-me ao seu primo, o qual fez o que prometeu, tratando-me como se trata um próprio filho.
Chegando ao Pará, aquele parente apresentou-me a José Carvalho, filho de Crato, que era tabelião do 1o. Cartório de Belém. Naquele tempo, José Carvalho estava trabalhando na publicação de seu livro “O matuto Cearense e o Caboclo do Pará”, o qual tem um capí­tulo referente a minha pessoa e o motivo da viagem ao Pará. Passei naquele estado apenas cinco meses, durante os quais não fiz outra coisa, senão cantar ao som da viola com os cantadores que lá encontrei.
De volta do Ceará, José Carvalho deu-me uma carta de recomendação, para ser entregue à Dra. Henriqueta Galeno, que recebendo a carta, acolheu-me com muita atenção em seu Salão, onde cantei os motes que me deram. Quando cheguei na Serra de Santana, continuei na mesma vida de pobre agricultor; depois casei-me com uma parenta e sou hoje pai de uma numerosa famí­lia, para quem trabalho na pequena parte de terra que herdei de meu pai. Não tenho tendência polí­tica, sou apenas revoltado contra as injustiças que venho notando desde que tomei algum conhecimento das coisas, provenientes talvez da polí­tica falsa, que continua fora do programa da verdadeira democracia.
Nasci a 5 de março de 1909. Perdi a vista direita, no perí­odo da dentição, em conseqüência da moléstia vulgarmente conhecida por Dor-d’olhos.
Desde que comecei a trabalhar na agricultura, até hoje, nunca passei um ano sem botar a minha roçazinha, só não plantei roça, no ano em que fui ao Pará.
ANTÔNIO GONÇALVES DA SILVA, Patativa do Assaré.

Patativa faleceu em Assaré no dia 8 de julho de 2002.

Rosemberg Cariry

Filósofo de formação, cineasta por vocação, Antonio Rosemberg de Moura, de nome artístico Rosemberg Cariry, nasceu em Farias Brito – Ceará, em 4 de agosto de 1953. Começou sua carreira cinematográfica em 1975, com documentários de curta metragem sobre manifestações culturais do Ceará. No final da década de 1970, realizou seus primeiros filmes documentários profissionais. Em 1986, dirigiu seu primeiro filme de longa metragem, o documentário A Irmandade da Santa Cruz do Deserto. Em 1993, filmou A Saga do Guerreiro Alumioso, longa-metragem de ficção, finalizado com apoio da Cinequanon de Lisboa e do Instituto Português de Arte Cinematográfica (IPACA). Em 1995, Rosemberg Cariry obteve o Prêmio da Retomada do Cinema Brasileiro, do Ministério da Cultura, realizando o seu terceiro filme de longa metragem, Corisco e Dadá. A partir de 1999, Rosemberg Cariry realizou alguns filmes: A TV e o Ser-Tao, Pedro Oliveira – O Cego que viu o Mar (média metragem – Prêmio GNT de Renovação de Linguagem) e um filme documentário de longa metragem chamado Juazeiro – A Nova Jerusalém. Em 2001, produziu e dirigiu um filme ficção de longa-metragem chamado Lua Cambará - Nas Escadarias do Palácio, finalizado em 2002. Em 2003, Rosemberg Cariry realizou o longa-metragem Cine Tapuia. Em 2006, concluiu o documentário, longa metragem, Patativa do Assaré – Ave Poesia, sobre a obra e a vida do maior poeta popular do Brasil. Em 2008, concluiu o longa-metragem Siri-Ará. Está rodando o filme “Folia de Reis”, longa-metragem.
Paralelamente à sua atividade de cineasta, Rosemberg Cariry desenvolveu todo um trabalho como escritor e poeta, tendo publicado os livros Despretencionismo (poemas), em parceria com Geraldo Urano, em 1975; Semeadouro (poemas), em 1981; Cultura Insubmissa (Estudos e Reportagens), em parceria com Oswald Barroso, em 1982; S de Seca – SS (poemas), em 1983; A Lenda das Estrelinhas Magras (contos), em 1984 e Inãron ou na Ponta da Língua eu trago trezentos mil desaforos (poemas), em 1985. Em 2008, em parceria com Firmino Holanda, lançou o livro O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto – Anotações para a história. Participou ainda de antologias poéticas no Brasil e no exterior. Teve ativa participação nos movimentos artísticos e literários do Ceará e do Nordeste. Editou revistas literárias, com destaque para o jornal/revista Nação Cariri. Por ter participado amplamente da preservação do patrimônio cultural do povo brasileiro, foi reconhecido, em 1996, com o “Prêmio Rodrigo de Franco Melo Andrade/ IPHAN”, outorgado pelo Ministério da Cultura do Brasil.

domingo, 13 de novembro de 2011

José de Alencar

José de Alencar, advogado, jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo, nasceu em Fortaleza em Mecejana, CE, em 1o de maio de 1829, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de dezembro de 1877. É o patrono da Cadeira n. 23, por escolha de Machado de Assis.
Era filho do padre, depois senador, José Martiniano de Alencar e de sua prima Ana Josefina de Alencar, com quem formara uma união socialmente bem aceita, desligando-se bem cedo de qualquer atividade sacerdotal. E neto, pelo lado paterno, do comerciante português José Gonçalves dos Santos e de D. Bárbara de Alencar, matrona pernambucana que se consagraria heroína da revolução de 1817. Ela e o filho José Martiniano, então seminarista no Crato, passaram quatro anos presos na Bahia, pela adesão ao movimento revolucionário irrompido em Pernambuco. 

As mais distantes reminiscências da infância do pequeno José mostram-no lendo velhos romances para a mãe e as tias, em contato com as cenas da vida sertaneja e da natureza brasileira e sob a influência do sentimento nativista que lhe passava o pai revolucionário. Entre 1837-38, em companhia dos pais, viajou do Ceará à Bahia, pelo interior, e as impressões dessa viagem refletir-se-iam mais tarde em sua obra de ficção. Transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro, onde o pai desenvolveria carreira política e onde freqüentou o Colégio de Instrução Elementar. Em 1844 vai para São Paulo, onde permanece até 1850, terminando os preparatórios e cursando Direito, salvo o ano de 1847, em que faz o 3o ano na Faculdade de Olinda. Formado, começa a advogar no Rio e passa a colaborar no Correio Mercantil, convidado por Francisco Otaviano de Almeida Rosa, seu colega de Faculdade, e a escrever para o Jornal do Commercio os folhetins que, em 1874, reuniu sob o título de Ao correr da pena. Redator-chefe do Diário do Rio de Janeiro em 1855. Filiado ao Partido Conservador, foi eleito várias vezes deputado geral pelo Ceará; de 1868 a 1870, foi ministro da Justiça. Não conseguiu realizar a ambição de ser senador, devendo contentar-se com o título do Conselho. Desgostoso com a política, passou a dedicar-se exclusivamente à literatura.
A sua notoriedade começou com as Cartas sobre a Confederação dos Tamoios, publicadas em 1856, com o pseudônimo de Ig, no Diário do Rio de Janeiro, nas quais critica veementemente o poema épico de Domingos Gonçalves de Magalhães, favorito do Imperador e considerado então o chefe da literatura brasileira. Estabeleceu-se, entre ele e os amigos do poeta, apaixonada polêmica de que participou, sob pseudônimo, o próprio Pedro II. A crítica por ele feita ao poema denota o grau de seus estudos de teoria literária e suas concepções do que devia caracterizar a literatura brasileira, para a qual, a seu ver, era inadequado o gênero épico, incompatível à expressão dos sentimentos e anseios da gente americana e à forma de uma literatura nascente. Optou, ele próprio, pela ficção, por ser um gênero moderno e livre.
Ainda em 1856, publicou o seu primeiro romance conhecido: Cinco minutos. Em 1857, revelou-se um escritor mais maduro com a publicação, em folhetins, de O Guarani, que lhe granjeou grande popularidade. Daí para frente escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, romances-poemas de natureza lendária, obras teatrais, poesias, crônicas, ensaios e polêmicas literárias, escritos políticos e estudos filológicos. A parte de ficção histórica, testemunho da sua busca de tema nacional para o romance, concretizou-se em duas direções: os romances de temas propriamente históricos e os de lendas indígenas. Por estes últimos, José de Alencar incorporou-se no movimento do indianismo na literatura brasileira do século XIX, em que a fórmula nacionalista consistia na apropriação da tradição indígena na ficção, a exemplo do que fez Gonçalves Dias na poesia. Em 1866, Machado de Assis, em artigo no Diário do Rio de Janeiro, elogiou calorosamente o romance Iracema, publicado no ano anterior. José de Alencar confessou a alegria que lhe proporcionou essa crítica em Como e porque sou romancista, onde apresentou também a sua doutrina estética e poética, dando um testemunho de quão consciente era a sua atitude em face do fenômeno literário. Machado de Assis sempre teve José de Alencar na mais alta conta e, ao fundar-se a Academia Brasileira de Letras, em 1897, escolheu-o como patrono de sua Cadeira.
Sua obra é da mais alta significação nas letras brasileiras, não só pela seriedade, ciência e consciência técnica e artesanal com que a escreveu, mas também pelas sugestões e soluções que ofereceu, facilitando a tarefa da nacionalização da literatura no Brasil e da consolidação do romance brasileiro, do qual foi o verdadeiro criador. Sendo a primeira figura das nossas letras, foi chamado “o patriarca da literatura brasileira”. Sua imensa obra causa admiração não só pela qualidade, como pelo volume, se considerarmos o pouco tempo que José de Alencar pôde dedicar-lhe numa vida curta. Faleceu no Rio de Janeiro, de tuberculose, aos 48 anos de idade.
Obras: I Romances urbanos: Cinco minutos (1857); A viuvinha (1860); Lucíola (1862); Diva (1864); A pata da gazela (1870); Sonhos d’ouro (1872); Senhora (1875); Encarnação (1893, póstumo). II Romances históricos e/ou indianistas: O Guarani (1857); Iracema (1865); As minas de prata (1865); Alfarrábios (1873); Ubirajara (1874); Guerra dos mascates (1873). III Romances regionalistas: O gaúcho (1870); O tronco do ipê (1871); Til (1872); O sertanejo (1875). 

Fonte: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/j/josealencarbio.htm
Expedito Parente nasceu em Fortaleza no dia 20 de outubro de 1940, sendo filho de José Cavalcante Parente e Maria Isaura de Sá Parente. Fez graduação na Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil, hoje Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e pós-graduação em Engenharia Química em 1966 na COPPE - Coordenação dos Programas de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


Engenheiro químico, técnico em informática educacional, professor, Expedito José de Sá Parente é o autor da tecnologia do biodiesel - combustível limpo e renovável. Conseguiu a patente no INPI, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial, número PI 8007957, com o título "Processo de produção de combustíveis de frutos ou sementes oleaginosas". 

Também fez especializações em tecnologia de óleos vegetais e em engenharia de óleos vegetais, no Instituto de Óleos do Ministério da Agricultura; e em Tecnologia de Couros, na École Française de Tannerie, em Lyon, na França. Reconhecido no magistério como professor da Universidade de Fortaleza - UNIFOR e da Universidade Federal do Ceará, também lecionou em outras universidades brasileiras. 

Entre os trabalhos publicados, estão "Ação programada em alimentos de baixo custo para os programas municipais de alimentação do Estado de São Paulo", "Alternativas tecnológicas para o processamento do coco de babaçu", "Proposta de um óleo diesel alternativo" e "Biodiesel: uma aventura tecnológica num país engraçado". Expedito Parente é presidente da Tecbio - Tecnologias Bioenergéticas Ltda., empresa criada para tratar dos assuntos e negócios centrados no biodiesel.
É ainda: diretor-presidente da Tecnoforma, empresa metalúrgica que fábrica equipamentos e sistemas de produção de biodiesel; diretor-presidente da EBB - Empresa Brasileira de Bioenergia, fabricante de derivados da glicerina, subproduto importante dos sistemas de produção de biodiesel; e diretor-presidente do Instituto Consciência, uma organização dedicada a questões sociais e ambientais.

O engenheiro químico e pesquisador cearense Expedito José de Sá Parente, 70, considerado o pai do biodiesel, morreu na madrugada da terça-feira do dia 13 de setembro de 2011, em Fortaleza.
Ele estava internado havia um mês e três dias no Hospital São Carlos por complicações de uma diverticulite. Ele sofreu uma hemorragia seguida de infarto e não resistiu. Foi velado na Funerária Ethernus, na capital cearense, e seu corpo cremado nesta quarta-feira, 14 de setembro de 2011.

A presidente Dilma Rousseff divulgou nota e lamentou a morte:

"Nota de pesar da presidenta Dilma Rousseff pelo falecimento do pesquisador Expedito José de Parente

13/09/2011 às 20h45

Expedito José de Parente, professor e pesquisador cearense, criou o biodiesel, motivo de orgulho para todos nós, brasileiros. Sua descoberta,patenteada no Brasil,  teve amplo reconhecimento mundial e   importância decisiva para o futuro do país. A dedicação de Expedito ao biodiesel, produzido a partir de matéria-prima desenvolvida por milhares de agricultores familiares, contribuiu para reduzir a pobreza no campo. Além disso, o biodiesel não polui o meio ambiente, representando um enorme avanço em relação a outros combustíveis.
No momento da perda deste grande brasileiro, quero enviar meu abraço solidário a seus parentes, amigos e admiradores. 

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil"

Antônio Bandeira

Antônio Bandeira nasceu em Fortaleza, no Ceará, em 26 de maio de 1922. Autodidata, em 1941, aos 19 anos de idade, participou da criação de um Centro Cultural em Fortaleza, juntamente com Clidenor Capibaribe, o Barrica (1913) e Mário Barata (1915-1983). Um e outro, mais velhos e experientes que ele, muito orientaram Bandeira em sua iniciação no movimento artístico daquele Estado. Em 1944 funda a Sociedade Cearense de Belas Artes, com Inimá de Paula, Aldemir Martins, João Maria Siqueira e Francisco Barbosa Leite.
Em 1945, Antônio Bandeira participou da exposição do Instituto dos Arquitetos Rio de Janeiro, na qual foi contemplado com uma bolsa de estudos na França. Entre 1946 e 1950, em Paris, freqüenta a Escola Superior de Belas Artes e a Académie de La Grande Chaumière. Independente, pouco afeito à disciplina, com idéias próprias que tencionava desenvolver, em breve Bandeira romperia com o ensino tradicional, juntando-se a Wols e Bryen e dando origem ao grupo Banbryols, iniciais dos nomes dos três pintores. O grupo duraria de 1949 a 1951, quando Wols morre.

De volta ao Brasil, em 1951, instala-se no ateliê do amigo escultor José Pedrosa, onde também trabalhava Milton Dacosta. Volta a Paris em 1965, onde permanece até sua morte.

O crítico Frederico Morais escreveu a seu respeito: " (...) Acho definitiva, para a compreensão de sua obra, esta afirmação:´Nunca pinto quadros.Tento fazer pintura´. Quer dizer, o quadro não parece significar para ele uma realidade autônoma, uma estrutura que possui suas próprias leis, algo que se constrói com elementos específicos. A pintura é um estado de alma que ele extroverte aqui e ali, sem outro objetivo que o de comunicar um sentimento, uma emoção, uma lembrança. Enfim, é ´uma transposição de seres, coisas, momentos, gostos, olfatos que vou vivendo no presente, passado, no futuro´.

CRONOLOGIA


1922 - Nasce em Fortaleza, no Ceará, em 26 de maio.
1942 - Salão de Abril - medalha de ouro, Fortaleza.
1943 - São Paulo SP - Salão Paulista de Belas Artes - medalha de bronze.
1945 - Coletiva com Aldemir Martins e Inimá de Paula, na Galeria Askanasy, Rio de Janeiro.
- Individual, na Seção Carioca do IAB/RJ - recebe bolsa de estudo do governo francês, Rio de Janeiro.
1947 - Salão de Outono Paris, França.
1948 - Paris (França) - Salão de Arte Livre
1949 - Paris (França) - Grupo Banbryols, na Galerie des Deux-Iles
1950 - Individual, na Galerie du Siècle, Paris, França.
1951 - Individual, no MAM/SP.
- Individual, na ABI, Rio de Janeiro.
- Divisão Moderna do Salão Nacional de Belas Artes - medalha de bronze, São Paulo.
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - Rio de Janeiro RJ - I Salão Nacional de Arte Moderno
1953 - Individual, no MAM/SP.
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP - Prêmio Fiat
1953 - França - Salão de Maio




1953 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Arte Moderna - isenção de júri




1953,1955/1958 - Paris (França) - Salão das Realidades Novas




1953 - Petrópolis RJ - Exposição Nacional de Arte Abstrata




1954 - Individual, na ABI, Rio de Janeiro.




- Individual, no MAM/SP.




1954 - Veneza (Itália) - 27ª Bienal de Veneza




1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco (3º Salão Nacional de Arte Moderna)




- 1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia




1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP




1955 - França - A Arte na França e no Mundo, no Museu de Arte Moderna de Paris




1955 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP.




- Individual, na Galeria Obelisk – Londres, Inglaterra.




1956 - Individual, na Galeria Edouard Loeb, Paris, França.




1957 - Individual, na Galeria Seventy Five, Nova York, Estados Unidos.




- 50 anos de Pintura Abstrata, na Galeria Greuze, Paris (França).




1959 - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP




- Arte Moderna Brasileira na Europa, Munique (Alemanha).




1960 - Individual de inauguração do MAM/BA.




- Coleção Leirner, na Galeria de Arte das Folhas, São Paulo.




- 30ª Bienal de Veneza




1961 - Individual de inauguração do Museu de Arte da UFCE .




- Individual, nas Galerias São Luís e Gead, São Paulo e Rio de Janeiro.




- O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana, Rio de Janeiro.




- 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP




- Internationale Malerei, Aschaizenburg (Alemanha).




1962 - Individual, na Galeria Bonino, Rio de Janeiro.




- Individual, na Galeria Querino, Salvador.




- Individual, no Museu de Arte da UFCE, Fortaleza.




1963 - Exposição Civilização do Nordeste, inaugurando o Museu de Arte Popular da Bahia.




1964 - Individual, na Galeria Atrium, São Paulo.




- 32ª Bienal de Veneza




- Exposição ONU na Arte, na Galeria Ibeu, Rio de Janeiro.




- O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana1964 - Rio de Janeiro.




1965 - Itinerante Arte Brasileira Atual, Europa.




- Artistas do Brasil, Nova Orleans (Estados Unidos).




- L´Oeil de Boeuf, Madri (Espanha).




- Artistas Latino-Americanos, no Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris.




1966 - Exposição Artistas Brasileiros de Paris, na Galeria Debret, Paris (França).




- Exposição de Arte Brasileira, no Palais de Beaux-Arts, Bruxelas (Bélgica).




- Auto-Retratos, na Galeria Ibeu Copacabana, Rio de Janeiro.




1967 – Morre em Paris, França, em 6 de outubro.
1968 - Sala Antônio Bandeira no Museu de Arte da UFCE, Fortaleza.
- Homenagem no Salão de Comparações de Paris
1969 - Bandeira a Paris, na Galeria Debret.
- Retrospectiva, no MAM/RJ

1970 - Pinacoteca do Estado de São Paulo.

1972 - A Semana de 22: antecedentes e consequências, no MASP.




1976 - O Desenho Jovem dos anos 40, na Pesp.




1978 - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall, São Paulo.




1982 - Universo do Futebol, no MAM/RJ.




- A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto, Salvador.




1984 - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP.




- 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata-Hotel Quitandinha, na Galeria de Arte Banerj, Rio de Janeiro.




- Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileira, no MAM/SP.




- Individual, na Galeria Bonino, Rio de Janeiro.




1985 - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial, Rio de Janeiro.




- Mostra, na Galeria Broomhead, Paris (França).




- 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal.




- 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ.




1987 - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ.




- Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée dArt Moderne de la Ville de Paris.




1988 - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP.




1989 - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian - Centro de Arte Moderna, Lisboa (Portugal).




- 20ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial Pintura Abstrata - Efeito Bienal, 1954-1963, na Fundação Bienal




- Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor, Fortaleza.




1990 - Individual, na Bolsa de Arte do Rio de Janeiro




1991 - Scap: 50, no Salão Juazeiro do Imperial Othon Palace Hotel, Fortaleza.




1992 - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, São Paulo.




- Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus, Zurique (Suíça).




1993 - Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956 - 1967, no MAM/SP.




- O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand MAM/RJ, na Galeria de Arte do Sesi- São Paulo.




- Arte Moderna Brasileira: uma seleção da Coleção Roberto Marinho, no MASP.




- Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal, São Paulo.




1996 - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP, São Paulo.




1997 - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Porto Alegre.




- Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, São Paulo.




1998 - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Curitiba.




- Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Rio de Janeiro.




- Antonio Bandeira, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Fortaleza.




- Coleção MAM Bahia: pinturas, no MAM/SP.




- São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MASP.




2000 - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento: Arte Moderna, na Fundação Bienal, São Paulo.




- Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa, Brasília.




- Século 20: arte do Brasil, na Fundação Caloute Gulbenkian, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Lisboa (Portugal).




- Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial, Rio de Janeiro.





*FOTO: NOVIS, Vera. Antonio Bandeira Um Raro (Pág. 58). Salamandra; Rio de Janeiro, 1996.