terça-feira, 15 de novembro de 2011

Alberto Porfírio

Nasceu em Quixadá, 23 de dezembro de 1926 e faleceu em Fortaleza, 23 de setembro de 2009. Foi um escultor, xilogravurista, poeta popular e repentista brasileiro. Figura amada e respeitada no meio da cantoria e do cordel, foi considerado um dos expoentes da poesia popular cearense.
Porfírio desenvolveu sua leitura por meio de cordéis de Leandro Gomes de Barros, João Martins de Ataíde, Luís da Costa Pinheiro e outros. Com a seca de 1942, em plena II Grande Guerra, partiu, com a viola e cantoria, para ganhar a vida. Porém, alistou-se como "soldado da borracha", desistindo pouco antes da partida. O navio que levou os demais companheiros foi torpedeado e todos foram mortos. Retornou aos estudos com mais idade, estudando na sala ginasial ao lado da de seu filho mais velho. Mais tarde, tornaria-se professor pela Universidade Federal do Ceará. O poeta popular recebeu das mãos da Condessa Pereira Carneiro, do Jornal do Brasil, menção honrosa especial pelos seus trabalhos como cantor-repentista.
Já com saúde debilitada em função de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), Alberto Porfírio faleceu em 23 de setembro de 2009 devido complicações pulmonares de uma silicose causadas pelo constante contato com cimento, material utilizado em suas esculturas. Foi sepultado no cemitério da Parangaba, em Fortaleza. Deixou sete filhos, vinte netos e dez bisnetos.
OBRA
Foi autor de inúmeros cordéis além de publicar obras como Poetas Populares e Cantadores do Ceará (1977), Os Cem Sonetos, O Livro da Cantoria (1997), além de outras como Porque não aprendi a ler, No tempo da lamparina, Eu gostei mais foi do cão, Cantiga da Dorinha e A estátua de Jorge. Escreveu um livro de sonetos e outro sobre as noites de viola na Casa de Juvenal Galeno.
Viajou pelo Brasil divulgando a arte do repente e da poesia popular. Participou de pelejas, congressos e da fundação da Casa do Poeta Brasileiro em Brasília. Ministrou cursos de cantoria pelo rádio e criou esculturas em diversas partes do Brasil, dentre as quais a do Cego Aderaldo e de Domingos Fonseca. Depois do AVC e já com saúde debilitada, decidiu escrever sua Autobiografia, nela o cordelista narrou sua vida e sua obra em prosa e versos com lembranças de 1926 até 2006. Impedido de escrever com os próprios punhos, coube a sua filha transcrever para o papel o que era dito por ele.
Possui esculturas de sua autoria espalhadas por vários estados do Brasil.

Cego Aderaldo


Aderaldo Ferreira de Araújo, o Cego Aderaldo, nasceu no dia 24 de junho de 1878 na cidade do Crato — CE. Logo após seu nascimento mudou-se para Quixadá, no mesmo estado. Aos cinco anos começou a trabalhar, pois seu pai adoeceu e não conseguia sustentar a família. Tomou conta dos pais sozinho. Quinze dias depois que seu pai morreu (25 de março de 1896), quando tinha 18 anos e trabalhava como maquinista na Estrada de Ferro de Baturité, sua visão se foi depois de uma forte dor nos olhos. Pobre, cego e com poucos a quem recorrer, teve um sonho em verso certa vez, ocasião em que descobriu seu dom para cantar e improvisar. Ganhou uma viola a qual aprendeu a tocar. Mais tarde começou a tocar rabeca. Algum tempo depois, quando tudo parecia estar voltando à estabilidade, sua mãe morre. Sozinho começou a andar pelo sertão cantando e recebendo por isso. Percorreu todo o Ceará, partes do Piauí e Pernambuco. Com o tempo sua fama foi aumentando. Em 1914 se deu a famosa peleja com Zé Pretinho (maior cantador do Piauí). Depois disso voltou para Quixadá mas, com a seca de 1915, resolveu tentar a vida no Pará. Voltou para Quixadá por volta de 1920 e só saiu dali em 1923, quando resolveu conhecer o Padre Cícero. Rumou para Juazeiro onde o próprio Padre Cícero veio receber o trovador que já tinha fama. Algum tempo depois foi a vez de cantar para Lampião, que satisfez seu pedido — feito em versos — de ter um revólver do cangaceiro.
Tentando mudar o estilo de vida de cantador, em 1931, comprou um gramofone e alguns discos que usava para divertir o povo do sertão apresentando aquilo que ainda era novidade mesmo na capital. Conseguiu o que queria, mas o povo ainda o queria escutar. Logo depois, em 1933, teve a idéia de apresentar vídeos. Que também deu certo, mas não o realizava tanto. Resolveu se estabelecer em Fortaleza em 1942, onde veio a abrir uma bodega na Rua da Bomba, No. 2. Infelizmente o seu traquejo de trovador não servia para o comércio e depois de algum tempo fechou a bodega com um prejuízo considerável.
Desde 1945, então com 67 anos, Cego Aderaldo parou de aceitar desafios. Mas também, já tinha rodado o sertão inúmeras vezes, conseguira ser reconhecido em todo lugar, cantara pra muitas pessoas, inclusive muitas importantes, tivera pelejas com os maiores cantadores. E, na medida em que a serenidade, que só o tempo trás ao homem, começou a dificultar as disputas de peleja, ele resolveu passar a cantar apenas para entreter a alma. Cego Aderaldo nunca se casou e diz nunca ter tido vontade, mas costumava ter uma vida de chefe de família pois criou 24 meninos.

Texto extraído do livro "
Eu sou o Cego Aderaldo", prefácio de Rachel de Queiroz, Maltese Editora — São Paulo, 1994.


Faleceu  em Fortaleza no dia 29 de junho de 1967.

Patativa do Assaré

Eu, Antônio Gonçalves da Silva, filho de Pedro Gonçalves da Silva, e de Maria Pereira da Silva, nasci aqui, no Sí­tio denominado Serra de Santana, que dista três léguas da cidade de Assaré em 5 de março de 1909. Meu pai, agricultor muito pobre, era possuidor de uma pequena parte de terra, a qual depois de sua morte, foi dividida entre cinco filhos que ficaram, quatro homens e uma mulher. Eu sou o segundo filho.
Quando completei oito anos, fiquei órfão de pai e tive que trabalhar muito, ao lado de meu irmão mais velho, para sustentar os mais novos, pois ficamos em completa pobreza. Com a idade de doze anos, freqüentei uma escola muito atrasada, na qual passei quatro meses, porém sem interromper muito o trabalho de agricultor. Saí­ da escola lendo o segundo livro de Felisberto de Carvalho e daquele tempo para cá não freqüentei mais escola nenhuma, porém sempre lidando com as letras, quando dispunha de tempo para este fim. Desde muito criança que sou apaixonado pela poesia, onde alguém lia versos, eu tinha que demorar para ouvi-los. De treze a quatorze anos comecei a fazer versinhos que serviam de graça para os serranos, pois o sentido de tais versos era o seguinte: Brincadeiras de noite de São João, testamento do Juda, ataque aos preguiçosos, que deixavam o mato estragar os plantios das roças, etc. Com 16 anos de idade, comprei uma viola e comecei a cantar de improviso, pois naquele tempo eu já improvisava, glosando os motes que os interessados me apresentavam.
Nunca quis fazer profissão de minha musa, sempre tenho cantado, glosado e recitado, quando alguém me convida para este fim.
Quando eu estava nos 20 anos de idade, o nosso parente José Alexandre Montoril, que mora no estado do Pará, veio visitar o Assaré, que é seu torrão natal, e ouvindo falar de meus versos, veio à nossa casa e pediu à minha mãe, para que ela deixasse eu ir com ele ao Pará, prometendo custear todas as despesas. Minha mãe, embora muito chorosa, confiou-me ao seu primo, o qual fez o que prometeu, tratando-me como se trata um próprio filho.
Chegando ao Pará, aquele parente apresentou-me a José Carvalho, filho de Crato, que era tabelião do 1o. Cartório de Belém. Naquele tempo, José Carvalho estava trabalhando na publicação de seu livro “O matuto Cearense e o Caboclo do Pará”, o qual tem um capí­tulo referente a minha pessoa e o motivo da viagem ao Pará. Passei naquele estado apenas cinco meses, durante os quais não fiz outra coisa, senão cantar ao som da viola com os cantadores que lá encontrei.
De volta do Ceará, José Carvalho deu-me uma carta de recomendação, para ser entregue à Dra. Henriqueta Galeno, que recebendo a carta, acolheu-me com muita atenção em seu Salão, onde cantei os motes que me deram. Quando cheguei na Serra de Santana, continuei na mesma vida de pobre agricultor; depois casei-me com uma parenta e sou hoje pai de uma numerosa famí­lia, para quem trabalho na pequena parte de terra que herdei de meu pai. Não tenho tendência polí­tica, sou apenas revoltado contra as injustiças que venho notando desde que tomei algum conhecimento das coisas, provenientes talvez da polí­tica falsa, que continua fora do programa da verdadeira democracia.
Nasci a 5 de março de 1909. Perdi a vista direita, no perí­odo da dentição, em conseqüência da moléstia vulgarmente conhecida por Dor-d’olhos.
Desde que comecei a trabalhar na agricultura, até hoje, nunca passei um ano sem botar a minha roçazinha, só não plantei roça, no ano em que fui ao Pará.
ANTÔNIO GONÇALVES DA SILVA, Patativa do Assaré.

Patativa faleceu em Assaré no dia 8 de julho de 2002.

Rosemberg Cariry

Filósofo de formação, cineasta por vocação, Antonio Rosemberg de Moura, de nome artístico Rosemberg Cariry, nasceu em Farias Brito – Ceará, em 4 de agosto de 1953. Começou sua carreira cinematográfica em 1975, com documentários de curta metragem sobre manifestações culturais do Ceará. No final da década de 1970, realizou seus primeiros filmes documentários profissionais. Em 1986, dirigiu seu primeiro filme de longa metragem, o documentário A Irmandade da Santa Cruz do Deserto. Em 1993, filmou A Saga do Guerreiro Alumioso, longa-metragem de ficção, finalizado com apoio da Cinequanon de Lisboa e do Instituto Português de Arte Cinematográfica (IPACA). Em 1995, Rosemberg Cariry obteve o Prêmio da Retomada do Cinema Brasileiro, do Ministério da Cultura, realizando o seu terceiro filme de longa metragem, Corisco e Dadá. A partir de 1999, Rosemberg Cariry realizou alguns filmes: A TV e o Ser-Tao, Pedro Oliveira – O Cego que viu o Mar (média metragem – Prêmio GNT de Renovação de Linguagem) e um filme documentário de longa metragem chamado Juazeiro – A Nova Jerusalém. Em 2001, produziu e dirigiu um filme ficção de longa-metragem chamado Lua Cambará - Nas Escadarias do Palácio, finalizado em 2002. Em 2003, Rosemberg Cariry realizou o longa-metragem Cine Tapuia. Em 2006, concluiu o documentário, longa metragem, Patativa do Assaré – Ave Poesia, sobre a obra e a vida do maior poeta popular do Brasil. Em 2008, concluiu o longa-metragem Siri-Ará. Está rodando o filme “Folia de Reis”, longa-metragem.
Paralelamente à sua atividade de cineasta, Rosemberg Cariry desenvolveu todo um trabalho como escritor e poeta, tendo publicado os livros Despretencionismo (poemas), em parceria com Geraldo Urano, em 1975; Semeadouro (poemas), em 1981; Cultura Insubmissa (Estudos e Reportagens), em parceria com Oswald Barroso, em 1982; S de Seca – SS (poemas), em 1983; A Lenda das Estrelinhas Magras (contos), em 1984 e Inãron ou na Ponta da Língua eu trago trezentos mil desaforos (poemas), em 1985. Em 2008, em parceria com Firmino Holanda, lançou o livro O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto – Anotações para a história. Participou ainda de antologias poéticas no Brasil e no exterior. Teve ativa participação nos movimentos artísticos e literários do Ceará e do Nordeste. Editou revistas literárias, com destaque para o jornal/revista Nação Cariri. Por ter participado amplamente da preservação do patrimônio cultural do povo brasileiro, foi reconhecido, em 1996, com o “Prêmio Rodrigo de Franco Melo Andrade/ IPHAN”, outorgado pelo Ministério da Cultura do Brasil.

domingo, 13 de novembro de 2011

José de Alencar

José de Alencar, advogado, jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo, nasceu em Fortaleza em Mecejana, CE, em 1o de maio de 1829, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de dezembro de 1877. É o patrono da Cadeira n. 23, por escolha de Machado de Assis.
Era filho do padre, depois senador, José Martiniano de Alencar e de sua prima Ana Josefina de Alencar, com quem formara uma união socialmente bem aceita, desligando-se bem cedo de qualquer atividade sacerdotal. E neto, pelo lado paterno, do comerciante português José Gonçalves dos Santos e de D. Bárbara de Alencar, matrona pernambucana que se consagraria heroína da revolução de 1817. Ela e o filho José Martiniano, então seminarista no Crato, passaram quatro anos presos na Bahia, pela adesão ao movimento revolucionário irrompido em Pernambuco. 

As mais distantes reminiscências da infância do pequeno José mostram-no lendo velhos romances para a mãe e as tias, em contato com as cenas da vida sertaneja e da natureza brasileira e sob a influência do sentimento nativista que lhe passava o pai revolucionário. Entre 1837-38, em companhia dos pais, viajou do Ceará à Bahia, pelo interior, e as impressões dessa viagem refletir-se-iam mais tarde em sua obra de ficção. Transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro, onde o pai desenvolveria carreira política e onde freqüentou o Colégio de Instrução Elementar. Em 1844 vai para São Paulo, onde permanece até 1850, terminando os preparatórios e cursando Direito, salvo o ano de 1847, em que faz o 3o ano na Faculdade de Olinda. Formado, começa a advogar no Rio e passa a colaborar no Correio Mercantil, convidado por Francisco Otaviano de Almeida Rosa, seu colega de Faculdade, e a escrever para o Jornal do Commercio os folhetins que, em 1874, reuniu sob o título de Ao correr da pena. Redator-chefe do Diário do Rio de Janeiro em 1855. Filiado ao Partido Conservador, foi eleito várias vezes deputado geral pelo Ceará; de 1868 a 1870, foi ministro da Justiça. Não conseguiu realizar a ambição de ser senador, devendo contentar-se com o título do Conselho. Desgostoso com a política, passou a dedicar-se exclusivamente à literatura.
A sua notoriedade começou com as Cartas sobre a Confederação dos Tamoios, publicadas em 1856, com o pseudônimo de Ig, no Diário do Rio de Janeiro, nas quais critica veementemente o poema épico de Domingos Gonçalves de Magalhães, favorito do Imperador e considerado então o chefe da literatura brasileira. Estabeleceu-se, entre ele e os amigos do poeta, apaixonada polêmica de que participou, sob pseudônimo, o próprio Pedro II. A crítica por ele feita ao poema denota o grau de seus estudos de teoria literária e suas concepções do que devia caracterizar a literatura brasileira, para a qual, a seu ver, era inadequado o gênero épico, incompatível à expressão dos sentimentos e anseios da gente americana e à forma de uma literatura nascente. Optou, ele próprio, pela ficção, por ser um gênero moderno e livre.
Ainda em 1856, publicou o seu primeiro romance conhecido: Cinco minutos. Em 1857, revelou-se um escritor mais maduro com a publicação, em folhetins, de O Guarani, que lhe granjeou grande popularidade. Daí para frente escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, romances-poemas de natureza lendária, obras teatrais, poesias, crônicas, ensaios e polêmicas literárias, escritos políticos e estudos filológicos. A parte de ficção histórica, testemunho da sua busca de tema nacional para o romance, concretizou-se em duas direções: os romances de temas propriamente históricos e os de lendas indígenas. Por estes últimos, José de Alencar incorporou-se no movimento do indianismo na literatura brasileira do século XIX, em que a fórmula nacionalista consistia na apropriação da tradição indígena na ficção, a exemplo do que fez Gonçalves Dias na poesia. Em 1866, Machado de Assis, em artigo no Diário do Rio de Janeiro, elogiou calorosamente o romance Iracema, publicado no ano anterior. José de Alencar confessou a alegria que lhe proporcionou essa crítica em Como e porque sou romancista, onde apresentou também a sua doutrina estética e poética, dando um testemunho de quão consciente era a sua atitude em face do fenômeno literário. Machado de Assis sempre teve José de Alencar na mais alta conta e, ao fundar-se a Academia Brasileira de Letras, em 1897, escolheu-o como patrono de sua Cadeira.
Sua obra é da mais alta significação nas letras brasileiras, não só pela seriedade, ciência e consciência técnica e artesanal com que a escreveu, mas também pelas sugestões e soluções que ofereceu, facilitando a tarefa da nacionalização da literatura no Brasil e da consolidação do romance brasileiro, do qual foi o verdadeiro criador. Sendo a primeira figura das nossas letras, foi chamado “o patriarca da literatura brasileira”. Sua imensa obra causa admiração não só pela qualidade, como pelo volume, se considerarmos o pouco tempo que José de Alencar pôde dedicar-lhe numa vida curta. Faleceu no Rio de Janeiro, de tuberculose, aos 48 anos de idade.
Obras: I Romances urbanos: Cinco minutos (1857); A viuvinha (1860); Lucíola (1862); Diva (1864); A pata da gazela (1870); Sonhos d’ouro (1872); Senhora (1875); Encarnação (1893, póstumo). II Romances históricos e/ou indianistas: O Guarani (1857); Iracema (1865); As minas de prata (1865); Alfarrábios (1873); Ubirajara (1874); Guerra dos mascates (1873). III Romances regionalistas: O gaúcho (1870); O tronco do ipê (1871); Til (1872); O sertanejo (1875). 

Fonte: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/j/josealencarbio.htm
Expedito Parente nasceu em Fortaleza no dia 20 de outubro de 1940, sendo filho de José Cavalcante Parente e Maria Isaura de Sá Parente. Fez graduação na Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil, hoje Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e pós-graduação em Engenharia Química em 1966 na COPPE - Coordenação dos Programas de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


Engenheiro químico, técnico em informática educacional, professor, Expedito José de Sá Parente é o autor da tecnologia do biodiesel - combustível limpo e renovável. Conseguiu a patente no INPI, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial, número PI 8007957, com o título "Processo de produção de combustíveis de frutos ou sementes oleaginosas". 

Também fez especializações em tecnologia de óleos vegetais e em engenharia de óleos vegetais, no Instituto de Óleos do Ministério da Agricultura; e em Tecnologia de Couros, na École Française de Tannerie, em Lyon, na França. Reconhecido no magistério como professor da Universidade de Fortaleza - UNIFOR e da Universidade Federal do Ceará, também lecionou em outras universidades brasileiras. 

Entre os trabalhos publicados, estão "Ação programada em alimentos de baixo custo para os programas municipais de alimentação do Estado de São Paulo", "Alternativas tecnológicas para o processamento do coco de babaçu", "Proposta de um óleo diesel alternativo" e "Biodiesel: uma aventura tecnológica num país engraçado". Expedito Parente é presidente da Tecbio - Tecnologias Bioenergéticas Ltda., empresa criada para tratar dos assuntos e negócios centrados no biodiesel.
É ainda: diretor-presidente da Tecnoforma, empresa metalúrgica que fábrica equipamentos e sistemas de produção de biodiesel; diretor-presidente da EBB - Empresa Brasileira de Bioenergia, fabricante de derivados da glicerina, subproduto importante dos sistemas de produção de biodiesel; e diretor-presidente do Instituto Consciência, uma organização dedicada a questões sociais e ambientais.

O engenheiro químico e pesquisador cearense Expedito José de Sá Parente, 70, considerado o pai do biodiesel, morreu na madrugada da terça-feira do dia 13 de setembro de 2011, em Fortaleza.
Ele estava internado havia um mês e três dias no Hospital São Carlos por complicações de uma diverticulite. Ele sofreu uma hemorragia seguida de infarto e não resistiu. Foi velado na Funerária Ethernus, na capital cearense, e seu corpo cremado nesta quarta-feira, 14 de setembro de 2011.

A presidente Dilma Rousseff divulgou nota e lamentou a morte:

"Nota de pesar da presidenta Dilma Rousseff pelo falecimento do pesquisador Expedito José de Parente

13/09/2011 às 20h45

Expedito José de Parente, professor e pesquisador cearense, criou o biodiesel, motivo de orgulho para todos nós, brasileiros. Sua descoberta,patenteada no Brasil,  teve amplo reconhecimento mundial e   importância decisiva para o futuro do país. A dedicação de Expedito ao biodiesel, produzido a partir de matéria-prima desenvolvida por milhares de agricultores familiares, contribuiu para reduzir a pobreza no campo. Além disso, o biodiesel não polui o meio ambiente, representando um enorme avanço em relação a outros combustíveis.
No momento da perda deste grande brasileiro, quero enviar meu abraço solidário a seus parentes, amigos e admiradores. 

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil"

Antônio Bandeira

Antônio Bandeira nasceu em Fortaleza, no Ceará, em 26 de maio de 1922. Autodidata, em 1941, aos 19 anos de idade, participou da criação de um Centro Cultural em Fortaleza, juntamente com Clidenor Capibaribe, o Barrica (1913) e Mário Barata (1915-1983). Um e outro, mais velhos e experientes que ele, muito orientaram Bandeira em sua iniciação no movimento artístico daquele Estado. Em 1944 funda a Sociedade Cearense de Belas Artes, com Inimá de Paula, Aldemir Martins, João Maria Siqueira e Francisco Barbosa Leite.
Em 1945, Antônio Bandeira participou da exposição do Instituto dos Arquitetos Rio de Janeiro, na qual foi contemplado com uma bolsa de estudos na França. Entre 1946 e 1950, em Paris, freqüenta a Escola Superior de Belas Artes e a Académie de La Grande Chaumière. Independente, pouco afeito à disciplina, com idéias próprias que tencionava desenvolver, em breve Bandeira romperia com o ensino tradicional, juntando-se a Wols e Bryen e dando origem ao grupo Banbryols, iniciais dos nomes dos três pintores. O grupo duraria de 1949 a 1951, quando Wols morre.

De volta ao Brasil, em 1951, instala-se no ateliê do amigo escultor José Pedrosa, onde também trabalhava Milton Dacosta. Volta a Paris em 1965, onde permanece até sua morte.

O crítico Frederico Morais escreveu a seu respeito: " (...) Acho definitiva, para a compreensão de sua obra, esta afirmação:´Nunca pinto quadros.Tento fazer pintura´. Quer dizer, o quadro não parece significar para ele uma realidade autônoma, uma estrutura que possui suas próprias leis, algo que se constrói com elementos específicos. A pintura é um estado de alma que ele extroverte aqui e ali, sem outro objetivo que o de comunicar um sentimento, uma emoção, uma lembrança. Enfim, é ´uma transposição de seres, coisas, momentos, gostos, olfatos que vou vivendo no presente, passado, no futuro´.

CRONOLOGIA


1922 - Nasce em Fortaleza, no Ceará, em 26 de maio.
1942 - Salão de Abril - medalha de ouro, Fortaleza.
1943 - São Paulo SP - Salão Paulista de Belas Artes - medalha de bronze.
1945 - Coletiva com Aldemir Martins e Inimá de Paula, na Galeria Askanasy, Rio de Janeiro.
- Individual, na Seção Carioca do IAB/RJ - recebe bolsa de estudo do governo francês, Rio de Janeiro.
1947 - Salão de Outono Paris, França.
1948 - Paris (França) - Salão de Arte Livre
1949 - Paris (França) - Grupo Banbryols, na Galerie des Deux-Iles
1950 - Individual, na Galerie du Siècle, Paris, França.
1951 - Individual, no MAM/SP.
- Individual, na ABI, Rio de Janeiro.
- Divisão Moderna do Salão Nacional de Belas Artes - medalha de bronze, São Paulo.
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - Rio de Janeiro RJ - I Salão Nacional de Arte Moderno
1953 - Individual, no MAM/SP.
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP - Prêmio Fiat
1953 - França - Salão de Maio




1953 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Arte Moderna - isenção de júri




1953,1955/1958 - Paris (França) - Salão das Realidades Novas




1953 - Petrópolis RJ - Exposição Nacional de Arte Abstrata




1954 - Individual, na ABI, Rio de Janeiro.




- Individual, no MAM/SP.




1954 - Veneza (Itália) - 27ª Bienal de Veneza




1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco (3º Salão Nacional de Arte Moderna)




- 1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia




1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP




1955 - França - A Arte na França e no Mundo, no Museu de Arte Moderna de Paris




1955 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP.




- Individual, na Galeria Obelisk – Londres, Inglaterra.




1956 - Individual, na Galeria Edouard Loeb, Paris, França.




1957 - Individual, na Galeria Seventy Five, Nova York, Estados Unidos.




- 50 anos de Pintura Abstrata, na Galeria Greuze, Paris (França).




1959 - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP




- Arte Moderna Brasileira na Europa, Munique (Alemanha).




1960 - Individual de inauguração do MAM/BA.




- Coleção Leirner, na Galeria de Arte das Folhas, São Paulo.




- 30ª Bienal de Veneza




1961 - Individual de inauguração do Museu de Arte da UFCE .




- Individual, nas Galerias São Luís e Gead, São Paulo e Rio de Janeiro.




- O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana, Rio de Janeiro.




- 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP




- Internationale Malerei, Aschaizenburg (Alemanha).




1962 - Individual, na Galeria Bonino, Rio de Janeiro.




- Individual, na Galeria Querino, Salvador.




- Individual, no Museu de Arte da UFCE, Fortaleza.




1963 - Exposição Civilização do Nordeste, inaugurando o Museu de Arte Popular da Bahia.




1964 - Individual, na Galeria Atrium, São Paulo.




- 32ª Bienal de Veneza




- Exposição ONU na Arte, na Galeria Ibeu, Rio de Janeiro.




- O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana1964 - Rio de Janeiro.




1965 - Itinerante Arte Brasileira Atual, Europa.




- Artistas do Brasil, Nova Orleans (Estados Unidos).




- L´Oeil de Boeuf, Madri (Espanha).




- Artistas Latino-Americanos, no Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris.




1966 - Exposição Artistas Brasileiros de Paris, na Galeria Debret, Paris (França).




- Exposição de Arte Brasileira, no Palais de Beaux-Arts, Bruxelas (Bélgica).




- Auto-Retratos, na Galeria Ibeu Copacabana, Rio de Janeiro.




1967 – Morre em Paris, França, em 6 de outubro.
1968 - Sala Antônio Bandeira no Museu de Arte da UFCE, Fortaleza.
- Homenagem no Salão de Comparações de Paris
1969 - Bandeira a Paris, na Galeria Debret.
- Retrospectiva, no MAM/RJ

1970 - Pinacoteca do Estado de São Paulo.

1972 - A Semana de 22: antecedentes e consequências, no MASP.




1976 - O Desenho Jovem dos anos 40, na Pesp.




1978 - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall, São Paulo.




1982 - Universo do Futebol, no MAM/RJ.




- A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto, Salvador.




1984 - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP.




- 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata-Hotel Quitandinha, na Galeria de Arte Banerj, Rio de Janeiro.




- Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileira, no MAM/SP.




- Individual, na Galeria Bonino, Rio de Janeiro.




1985 - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial, Rio de Janeiro.




- Mostra, na Galeria Broomhead, Paris (França).




- 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal.




- 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ.




1987 - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ.




- Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée dArt Moderne de la Ville de Paris.




1988 - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP.




1989 - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian - Centro de Arte Moderna, Lisboa (Portugal).




- 20ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial Pintura Abstrata - Efeito Bienal, 1954-1963, na Fundação Bienal




- Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor, Fortaleza.




1990 - Individual, na Bolsa de Arte do Rio de Janeiro




1991 - Scap: 50, no Salão Juazeiro do Imperial Othon Palace Hotel, Fortaleza.




1992 - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, São Paulo.




- Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus, Zurique (Suíça).




1993 - Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956 - 1967, no MAM/SP.




- O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand MAM/RJ, na Galeria de Arte do Sesi- São Paulo.




- Arte Moderna Brasileira: uma seleção da Coleção Roberto Marinho, no MASP.




- Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal, São Paulo.




1996 - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP, São Paulo.




1997 - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Porto Alegre.




- Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, São Paulo.




1998 - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Curitiba.




- Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Rio de Janeiro.




- Antonio Bandeira, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Fortaleza.




- Coleção MAM Bahia: pinturas, no MAM/SP.




- São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MASP.




2000 - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento: Arte Moderna, na Fundação Bienal, São Paulo.




- Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa, Brasília.




- Século 20: arte do Brasil, na Fundação Caloute Gulbenkian, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Lisboa (Portugal).




- Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial, Rio de Janeiro.





*FOTO: NOVIS, Vera. Antonio Bandeira Um Raro (Pág. 58). Salamandra; Rio de Janeiro, 1996.

Aldemir Martins

O artista plástico Aldemir Martins nasceu em Aurora, no distrito de Ingazeiras, no Vale do Cariri, Ceará em 8 de novembro de 1922. A sua vasta obra, importantíssima para o panorama das artes plásticas no Brasil, pela qualidade técnica e por interpretar o “ser” brasileiro, carrega a marca da paisagem e do homem do nordeste.

O talento do artista se mostrou desde os tempos de colégio, em que foi escolhido como orientador artístico da classe. Aldemir Martins serviu ao exército de 1941 a 1945, sempre desenvolvendo sua obra nas horas livres. Chegou até mesmo à curiosa patente de Cabo Pintor. Nesse tempo, freqüentou e estimulou o meio artístico no Ceará, chegando a participar da criação do Grupo ARTYS e da SCAP – Sociedade Cearense de Artistas Plásticos, junto com outros pintores, como Mário Barata, Antonio Bandeira e João Siqueira.

Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 1946, para São Paulo. De espírito inquieto, o gosto pela experiência de viajar e conhecer outras paragens é marca do pintor, apaixonado que é pelo interior do Brasil. Em 1960/61, Aldemir Martins morou em Roma, para logo retornar ao Brasil definitivamente.

O artista participou de diversas exposições, no país e no exterior, revelando produção artística intensa e fecunda. Sua técnica passeia por várias formas de expressão, compreendendo a pintura, gravura, desenho, cerâmica e escultura em diferentes suportes. Aldemir Martins não recusa a inovação e não limita sua obra, surpreendendo pela constante experimentação: o artista trabalhou com os mais diferentes tipos de superfície, de pequenas madeiras para caixas de charuto, papéis de carta, cartões, telas de linho, de juta e tecidos variados - algumas vezes sem preparação da base de tela - até fôrmas de pizza, sem contudo perder o forte registro que faz reconhecer a sua obra ao primeiro contato do olhar.

Seus traços fortes e tons vibrantes imprimem vitalidade e força tais à sua produção que a fazem inconfundível e, mais do que isso, significativa para um povo que se percebe em suas pinturas e desenhos, sempre de forma a reelaborar suas representações. Aldemir Martins pode ser definido como um artista brasileiro por excelência. A natureza e a gente do Brasil são seus temas mais presentes, pintados e compreendidos através da intuição e da memória afetiva. Nos desenhos de cangaceiros, nos seus peixes, galos, cavalos, nas paisagens, frutas e até na sua série de gatos, transparece uma brasilidade sem culpa que extrapola o eixo temático e alcança as cores, as luzes, os traços e telas de uma cultura.

Por isso mesmo, Aldemir é sem dúvida um dos artistas mais conhecidos e mais próximos do seu povo, transitando entre o meio artístico e o leigo e quebrando barreiras que não podem mesmo limitar um artista que é a própria expressão de uma coletividade.


Falece em 05 de Fevereiro de 2006, aos 83 anos, no Hospital São Luís em São Paulo.



UMA BREVE CRONOLOGIA

1922 – Nasce em Ingazeiras, sertão do Cariri, Ceará , em 08 de novembro.

1942 – Funda o Grupo Artys e SCAP (Sociedade Cearense de Artistas Plásticos) com Mário Barata, Barbosa Leite, Antonio Bandeira.

1943 – Salão de Abril – III Salão de Pintura do Ceará.

1945 – Muda-se para o Rio de Janeiro. Exposição coletiva na Galeria Askanasi – RJ

1946 – Muda-se para São Paulo.

1947 – Exposição Coletiva 19 pintores – 3o. prêmio

1948 – Exposição na Galeria Domus, São Paulo, com Mário Gruber e Enrico Camerini.

1951 – Prêmio de desenho na Bienal de São Paulo, com “O Cangaceiro”.

1953 – Pintores Brasileiros, Tóquio, Japão.

1954 – Gravuras Brasileira, Genebra, Suíça.

1955 – Bienal Internacional de Desenho e Gravura de Lugano, Suíça.- V Salão Baiano de Artes Plásticas, Salvador, Bahia.

1956 – Medalha de Ouro no V Salão Nacional de Arte Moderna no Rio de Janeiro - XXVIII Bienal de Veneza, Itália – Prêmio “Presidente Dei Consigli dei Ministeri”, atribuído ao melhor desenhista internacional.

1957 – Exposição de gravuras no “Circolo dei Principi”, Roma, Itália, com Lívio Abramo.

- VI Salão de Arte Moderna, Rio de Janeiro.

1958 – Festival Internacional de Arte, Festival Galleries, Nova Iorque, Estados Unidos.

- VIII Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro.

1959 – Prêmio de viagem ao Exterior do VIII Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

- Exposição individual no Museu de Arte Moderna da Bahia.

1960 – Exposição coletiva Artistas Brasileiros e Americanos, Museu de Arte de São Paulo.

1961 – Exposição de desenhos e litografias na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, Portugal.

1962 – Exposição individual na Sala Nebili, Madri, Espanha.

- Exposição coletiva “Brasilianische Kunstler der Gegenwart”, Kassel, Alemanha.

1965 – Exposição individual no Instituto de Arte Contemporânea, Lima, Peru.

1968 – Primeiro prêmio por grafia na Bienal Internacional de Veneza de 1946 a 1966.

1970 – Panorama da Arte Atual Brasileira – Pintura 70, Museu de Arte Moderna de São Paulo.

1975 - XIII Bienal de São Paulo – Sala Brasileira.

1978 - Retrospectiva 19 pintores, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

1980 – Exposição circulante, coletiva, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

- Coletiva 48 artistas, na Pinacoteca do Estado, São Paulo.

1981 – Exposição de pinturas, desenhos e esculturas no Museu de Arte da Bahia.

1982 – Internacional Arte Expo, Estocolmo, Suécia.

1984 – Coletiva – A Cor e o Desenho no Brasil, Museu de Arte Moderna de São Paulo.

- Individual de pintura, desenho e gravura – Arte Amazônica, Nova Iorque, Estados Unidos.

- Tradição e Ruptura – Fundação Bienal de São Paulo.

1985 – Lançamento do livro “Aldemir Martins, Linha, Cor e Forma”.

1988 – Comemoração de 30 anos da SCAP – Sociedade Cearense de Artistas Plásticos - Fortaleza, Ceará.

- Os Muros de Maison Vogue, MASP – Museu de Arte de São Paulo

1989 – O Nordeste de Aldemir Martins, Espace Latin-American, Paris, França.

Rachel de Queiroz

Rachel de Queiroz, nasceu em Fortaleza - CE, no dia 17 de novembro de 1910, filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, descendendo, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar (sua bisavó materna — "dona Miliquinha" — era prima José de Alencar, autor  de "O Guarani"), e, pelo lado paterno, dos Queiroz, família de raízes profundamente lançadas em Quixadá, onde residiam e seu pai era Juiz de Direito nessa época.
 
Professora, jornalista, romancista, cronista e teatróloga brasileira nascida em Fortaleza, CE, primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras (1977) eleita para a Cadeira no. 5, na sucessão de Cândido Mota Filho, e uma das mais importantes romancistas do movimento regionalista contemporâneo do Nordeste. Filha de proprietários rurais do Ceará, foi para o Rio de Janeiro (1915), em companhia dos pais que procuravam, nessa migração, fugir dos horrores da terrível seca, que mais tarde a romancista iria aproveitar como tema de O quinze, seu livro de estréia (1930). No Rio, a família Queiroz pouco se demorou, viajando logo a seguir para Belém do Pará, onde residiu por dois anos.

Regressando a Fortaleza, matriculou-se no Colégio da Imaculada Conceição, onde fez o curso normal, diplomando-se aos 15 anos (1925). Estreou no jornalismo (1927), com o pseudônimo de Rita de Queluz, publicando trabalhos no jornal O Ceará, de que se tornou afinal redatora efetiva. Ali publicou seus primeiros poemas à maneira modernista e iniciou sua carreira literária com o romance O quinze, tratando sobre o drama dos flagelados da seca, na extrema pobreza e sem ter quem os oriente sobre o cultivo da terra, romance que lhe trouxe a consagração com o Prêmio da Fundação Graça Aranha (1931). Seguiram-se vários outros sucessos até fixar residência no Rio de Janeiro, RJ (1939), passando também a se dedicar ao teatro e à crítica literária em revistas e jornais como no Diário de Notícias, em O Cruzeiro e em O Jornal. Membro do Conselho Federal de Cultura, desde a sua fundação até sua extinção (1967-1989), participou da 21a Sessão da Assembléia Geral da ONU (1966), onde serviu como delegada do Brasil, trabalhando especialmente na Comissão dos Direitos do Homem.
Iniciou colaboração semanal no jornal O Estado de S. Paulo e no Diário de Pernambuco (1988). Outras importantes obras da autora foram os romances João Miguel (1932), Caminho de pedras (1937), As três Marias (1939), Prêmio da Sociedade Felipe d’Oliveira, O galo de ouro (1950) e Memorial de Maria Moura (1992), as peças Lampião (1953), Prêmio Saci, de O Estado de São Paulo (1954), e A beata Maria do Egito (1958), Prêmio de teatro do Instituto Nacional do Livro e Prêmio Roberto Gomes, da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro (1959), os volumes de crônicas A donzela e a moura torta (1948), Cem crônicas escolhidas (1958), O caçador de Tatu (1967) e Mapinguari (1964-1976) e os livros infantis O menino mágico (1969), Prêmio Jabuti de Literatura Infantil, da Câmara Brasileira do Livro (São Paulo), Cafute Pena-de-Prata (1986) e Andira (1992). Ainda foi laureada com os seguintes prêmios e honrarias: Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de obra (1957), Prêmio Nacional de Literatura de Brasília para conjunto de obra (1980); título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará (1981), Medalha Marechal Mascarenhas de Morais, em solenidade realizada no Clube Militar (1983), Medalha Rio Branco, do Itamarati (1985), Medalha do Mérito Militar no grau de Grande Comendador (1986) e Medalha da Inconfidência do Governo de Minas Gerais (1989).
Seu último grande sucesso literário foi Memorial de Maria Moura (1992) que se tornou minissérie de televisão. Sofrendo de diabetes, morreu enquanto dormia em sua casa no bairro do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, 13 dias antes de completar 93 anos (17/11), vítima de um infarto do miocárdio. A escritora cearense já havia sofrido um derrame (1999), tinha dificuldades de locomoção e era acompanhada por uma enfermeira, e o corpo dela foi velado no prédio da Academia Brasileira de Letras, no Rio, e enterrado no mausoléu de sua família no Cemitério São João Batista, em Botafogo, ao lado de seu segundo marido, Oyama de Macedo, com quem viveu 42 anos.

Adolfo Caminha


Adolfo Ferreira Caminha nasceu no dia 29 de maio de 1867 na cidade de Aracati-Ceará. Ainda na infância se muda com a família para o Rio de Janeiro.
Em 1883 ingressa na Marinha de Guerra, chegando ao posto de segundo-tenente. Cinco anos mais tarde se transfere para Fortaleza, onde é obrigado a dar baixa, depois de seqüestrar a esposa de um alferes, com a qual passa a viver. Trabalha como guarda-marinha e começa a escrever. Em 1893 publica A Normalista, romance em que traça um quadro pessimista da vida urbana, "esse acervo de mentiras galantes e torpezas dissimuladas". Vai para os Estados Unidos e, das observações da viagem, resulta No País dos Ianques (1894).
No ano seguinte provoca escândalo, mas firma sua reputação literária ao escrever Bom Crioulo , obra na qual aborda a questão do homossexualismo. Colabora também com a imprensa carioca, em jornais como Gazeta de Notícias e Jornal do Comércio. Já tuberculoso, lança o último romance, Tentação, em 1896. 
Morreu no Rio de Janeiro no dia 1º de janeiro de 1897.

Nildo Parente

Nildo Parente foi um ator brasileiro, nascido em Fortaleza, capital cearense, no ano de 1936.

O ator participou de diversas novelas importantes na Rede Globo como Pai Herói, Água Viva, Guerra dos Sexos, Vereda Tropical, O Dono do Mundo, Celebridade, Senhora do Destino e Paraíso Tropical.

Na Rede Manchete fez as novelas Corpo Santo, Kananga do Japão e Tocaia Grande. Também participou de muitas minisséries como Padre Cícero, A, E, I, O… Urca, Agosto e Amazônia, de Galvez a Chico Mendes.

Seu último trabalho foi no seriado A Lei e o Crime, da Rede Record.


No cinema participou de mais de 40 filmes como Chico Xavier – O Filme, Leila Diniz, O beijo da mulher-aranha, Memórias do cárcere, Luz del Fuego, Rio Babilônia, Se segura, malandro!, Cabaret mineiro, Os condenados, Um homem célebre e O homem que comprou o mundo, entre outros.

Em 2008, também participou, ao lado do cantor Ney Matogrosso, do curta-metragem Depois de Tudo, do diretor Rafael Saar, que conta uma noite da afetiva relação entre dois homens de terceira idade.

Nildo Parente faleceu em 1° de fevereiro de 2011, um mês após sofrer um AVC.

Emiliano Queiroz

Emiliano Queiroz nasceu na cidade de Aracati, Ceará, em 28 de setembro de 1938. Ele começou sua carreira artística, participando de pequenos teleteatros na TV Ceará, que  era uma Emissora Associada. 
Fazia parte da primeia turma de formandos do curso de Artes Dramáticas da Universidade Federal do Ceará 
Depois transferiu-se para o Rio de Janeiro, e foi para a TV Tupi, da mesma rede de emissoras, passando depois para a Rede Globo de televisão. Ao mesmo tempo atuou também em inúmeros filmes brasileiros.
Ele começou fazendo teatro, foi rádio-ator, pioneiro da TV Ceará e está no elenco da Rede Globo desde sua inauguração
 
Em 1964, atuou nos filmes:"O Lamparina"; "Engraçadinha Depois dos Trinta";'Carnaval Barra Limpa";"O Homem que Comprou o Mundo";"Jovens Pra Frente";"Enfim Sós....Com o Outro";"Vidas Estranhas";"A Navalha na Carne";"O Bolão";"Uma Garota em Maus Lençóis";"Uma Pantera em Minha Cama";"Dois Perdidos Numa Noite Suja";"As Confissões de Frei Abóbora";"As Quatro Chaves Mágicas";"A Difícil Vida Fácil";"Inconfidência ou Morte";"Mestiça , a Escrava Indomável";"E Extorsão";"Intinidade";"deixa, Amorzinho....Deixa";"O Vampiro de Copacabana";"Um Brasileiro Chamado Rosaflor";"O Pistoleiro";"Amor Maldito";"Primeiro de Abril, Brasil";"O Grande Mentecapto";"Stelinha";'Tiradentes"; "O Xangô de Baker Street";"Xuxa e Os Duendes";"Madame Satã"; "Xuxa e os Duendes 2"; "Casa de Areia";"Mulheres do Brasil". Eram foram os 34 filmes que o ator Emiliano Queiroz fez de 1964 a 2006.

Ao mesmo tempo, porém, Emiliano participou de muitas novelas televisivas, todas na Rede Globo de televisão, tendo, aliás, feito primeiro novelas na antiga TV Paulista, antecessora da Globo. Fez:"Anastácia, A Mulher Sem Destino"; "O Sheik de Agadir";"Um Rosto de Mulher";"A Moreninha";"Paixão De Outono"; "Ilusões Perdidas";"Véu de Noiva";"Verão Vermelho";'Irmãos Coragem"; "O Homem que Deve Morrer";"Selva de Pedra";"O Bem Amado";"Pecado Capital";"Estúpido Cupido";"Maria, Maria";"Gina";"Pai Herói";"O Bem -Amado";"Tenda dos Milagres"; "Cambalacho';"Expresso Brasil"; "O Pagador de Promessas";'O Sexo dos Anjos";"Barriga de Aluguel";'Deus Nos Acuda"; "Tereza Batista";Irmãos Coragem";"Caça Talentos";"Hilda Furacão"; "Era Uma Vez"; "A Muralha";"Senhora do Destino";"Alma Gêmea"; "Os Amadores"."Sítio do Pica-Pau Amarelo"; "Eterna Magia".
Mais recentemente, fez participações especiais na dramaturgia global e esteve na novelas "Passione"(2009), "Morde e Assopra "(2011) e no seriado "Lara com Z" (2011).
Como se percebe, Emiliano Queiroz tem uma carreira intensa, e é sempre muito bem recebido, tanto pelo público, como por seus colegas e chefes. Um grande nome artístico brasileiro.

José Wilker

José Wilker de Almeida nasceu em Juazeiro do Norte, no Ceará no dia 20 de agosto de 1947. 
Artista desde pequeno, começou a trabalhar em Recife, como locutor de rádio. Participou também em teatro no "Movimento de Cultura Popular". O grupo era meio revolucionário. E assim, quando houve a Revolução de 1964, houve perigo e Wilker mudou-se para o Rio de Janeiro. Procurou emprego e, embora bastante jovem, foi fazer seu primeiro filme: "A Falecida", ao lado de Fernanda Montenegro. No Rio, Wilker fez vários filmes e peças de teatro. Foi se tornando um grande ator. Fez: "A China é Azul"; "Os Inconfidentes"; "O Bofe". Entre 1976 e 1985 ele não trabalhou em teatro. 
Fez alguns filmes importantes. O principal deles, em 1976, foi: "Dona Flor e Seus Maridos", baseado em um romance de Jorge Amado, ao lado de Sônia Braga e Mauro Mendonça Fez ainda: "Xica da Silva"; "Bye Bye Brasil"; "Bonitinha mas Ordinária"; "O Homem de Capa Preta"; "José Wilker estava consagrado. Trabalhou ainda em filmes famosos: Fez: "Dida Demais"; "Dias Melhores Virão"; "Como Deixar um Relógio Emocionado"; "O Pequeno Dicionário Amoroso"; "A Guerra dos Canudos". Além disso ele estudou sociologia no Rio de Janeiro. Em 2000 Wilker fez: "Villas Lobos, Uma Vida de Paixões". Em 2002 fez: "Dead in the Water", estrelado por Henry Thomas. Em 2003 fez: "Maria, Mãe de Deus" e "Redenta" em 2004. Em 2003 Wilker foi eleito presidente do Rio Filmes. Em 2003 Wilker foi eleito presidente do Rio Filmes. José Wilker fez ainda muitos outros filmes. Mas, para o grande público, a importância foi sua atuação em televisão, em novelas e minisséries. Desde 1970. O Esteve na Rede Globo de Televisão e fez: "Anjo Mau"; "Plumas e Paetês"; "Brilhante"; "Final Feliz"; "Transas e Caretas"; "Suave Veneno"; "Roque Santeiro"; "O Salvador da Pátria"; "Bandeira 2"; "O Bofe"; "Ossos do Barão"; "Gabriela"; "Senhora do Destino e várias outras. Alguns desses títulos tiveram sucesso memorável. 
Ele se tornou um dos maiores nomes de cenário artístico nacional. Em 2006 fez, à perfeição, o papel título de "JK", seriado histórico sobre a vida e obra do ex-presidente do Brasil. José Wilker já em 1970 ganhou o Prêmio Moliere, com ator em "O Arquiteto e o Imperador da Assíria" . Em 2007 ganhou o Prêmio Contigo, por sua criativa performance em "Senhora do Destino". Enfim, José Wilker foi a vida toda considerado um ator extraordinário. 
Casou-se algumas vezes. Duas vezes foi com Renée de Vielmond, com quem tem um filho, uma vez foi com a Mônica Torres, também com um filho e última vez, no ano 2000, com a bela atriz Guilhermina Guinle, de quem agora está separado. Muito culto e inteligente, a ele também cabe, na Rede Globo de Televisão, a tradução para o português e toda a apresentação, por ocasião da cerimônia do Oscar. José Wilker é considerado um dos gênios em atividade na televisão brasileira. Além de ator, foi produtor e diretor de trabalhos de dramaturgia.
 
Fonte: http://biografias.netsaber.com.br/ver_biografia_c_4504.html

Humberto Teixeira

Humberto Cavalcanti Teixeira, compositor e instrumentista, nasceu em Iguatu/CE (5/1/1916) e faleceu no Rio de Janeiro/RJ (3/10/1979).

Sobrinho do maestro cearense Lafaiete Teixeira, desde criança interessou-se por música, sendo sua primeira composição a Valsa triste.


Estudou bandolim em Iguatu, e fez secundário em Fortaleza CE, onde começou a aprender flauta com o maestro Antônio Moreira, da Orquestra Majestic.


Aperfeiçoando-se no instrumento com seu tio Lafaiete, aos 13 anos teve sua primeira composição editada, Miss Hermengarda. Dois anos depois, deixou a capital cearense para fixar-se no Rio de Janeiro/RJ.


Em 1934, seu samba "Meu pedacinho" ficou em quinto lugar no concurso carnavalesco de sambas e marchas da revista O Malho, classificando-se ao lado de
Índio, Capiba, José Maria de Abreu e outros nomes. Continuou editando composições de vários gêneros, como Valsas, Toadas, modinhas e canções.

Em 1943, diplomou-se pela Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro, passando a exercer advocacia, paralelamente às atividades musicais.


No ano seguinte teve sua primeira composição gravada, o samba apoteótico Sinfonia do café (com Lírio Panicali), por Deo e Coro dos Apicás, na Continental.


Ainda em 1944, Natalina (com E. Guimarães) foi gravada pelos Quatro Ases e Um Curinga. Em 1945 conheceu Luiz Gonzaga, que estava à procura de um letrista que se interessasse pelos ritmos nordestinos, pouco conhecidos no restante do país.


Formada a parceria, escolheram o baião como ritmo ideal para iniciar a divulgação dos ritmos do Nordeste.


Em 1946, foram gravadas "Deus me perdoe" e "Só uma louca não vê" (ambas com
Lauro Maia), respectivamente, por Ciro Monteiro, na Victor, e Orlando Silva, na Odeon.

Ainda nesse ano, lançou a primeira composição com Luiz Gonzaga, Baião, interpretada pelos Quatro Ases e Um Curinga em disco Odeon, em que apareciam instrumentos como acordeom, triângulo e zabumba, pouco divulgados no cenário musical da época, dominado pelo samba, samba-canção e ritmos importados.


O lançamento do primeiro baião teve grande sucesso e deu início a uma série de êxitos da dupla, que durou até inícios da década de 1950, como Asa branca, No meu pé de Serra, Mangaratiba, Juazeiro, Paraíba, Qui nem jiló, Baião de dois, Assum preto e Lorota boa, entre outros.


Por 1950 desfez a parceria, depois de eleito deputado federal, tendo obtido votação maciça no Ceará, após campanha apoiada por seu trabalho musical com
Luiz Gonzaga.

Em 1958 conseguiu a aprovação, pelo Congresso Nacional, da Lei Humberto Teixeira, para a formação de caravanas artísticas de divulgação da música popular brasileira no exterior.


A primeira delas foi no mesmo ano para a Europa, integrada pelo conjunto Os Brasileiros, do qual faziam parte o
Trio Yrakitan, os instrumentistas Abel Ferreira, Sivuca, Pernambuco, Dimas e o maestro Guio de Morais, apresentando-se em várias capitais.

Seguiram-se várias caravanas, até 1964, sempre dirigidas por ele, que se tornou compositor internacionalmente conhecido, com obras gravadas em vários idiomas.


Em 1966, Asa branca foi regravada por Geraldo Vandré no LP Hora de lutar (RGE).


A partir de 1967 reiniciou sua luta pelo direito autoral, sendo eleito, em 1971, vice-diretor da UBC. Um ano depois, o grupo baiano liderado por Gilberto Gil e Caetano Veloso interessou-se pelo baião, tendo incluído em seu repertório vários sucessos seus com Luiz Gonzaga.


Na Philips, Caetano Veloso gravou Asa branca e Gal Costa Assum preto. Além disso, outras músicas da dupla foram incluídas em shows do grupo. Teve mais de 400 composições gravadas por importantes intérpretes da nossa música, como Carmélia Alves, Orlando Silva e Araci de Almeida, entre muitos outros.


Além de Luiz Gonzaga, Felícia Godói e Lauro Maia foram seus parceiros constantes, tendo composto ainda com Sivuca e com o maestro Copinha. Obteve grande sucesso com o baião, mas escreveu também sambas, marchas, xótis, sambas-canções e toadas.

Ednardo

José Ednardo Soares Costa Sousa (Fortaleza, 17 de abril de 1945), conhecido como Ednardo, iniciou a carreira na década de 1970 ao lado de seus conterrâneos Fagner, Belchior e Amelinha. O clã ficou conhecido como "Pessoal do Ceará". Ednardo é compositor e autor de mais de trezentas e cinquenta obras e canções, entre as quais a canção "Pavão Mysterioso", tema da novela Saramandaia. Letra e música realizada no tempo da repressão e ditadura militar no Brasil. Gravada em 1974 e o grande público teve conhecimento em 1976, após a música ser incluida como abertura da novela/folhetim eletrônico Saramandaia.

Esta música possui mais de 20 (vinte) regravações, é considerada sagrada pelos Indios do Xingú nos rituais religiosos, tem regravações na Europa orquestrada por Paul Mauriat; por grupos chilenos - Inti-Aymará e Nacha, por Elba Ramalho, Ney Matogrosso, por bandas de Rock e Maracatús e muitos outros.


A composição seria mais tarde adotada como hino do orgulho gls[carece de fontes?]. Também utilizada por outros tantos como hino à liberdade, a beleza humana e sua capacidade de realizar a vida acima das aparentes impossibilidades. Todos estes fatos ampliam a música em todos parâmetros,.e a coloca como uma das fundamentais na obra de Ednardo, junto a outras,tais como: Terral; Ingazeiras; Beira-Mar; Artigo 26; Enquanto Engoma a Calça, Longarinas; Imã; A Manga Rosa; Flora; Carneiro; etc; Formando um precioso conjunto de obras deste artista.


Ednardo é casado com Rosane Limaverde com quem tem quatro filhos: Joana Limaverde, Júlia, Gabriel e Daniel


Fonte: http://www.letras.com.br/biografia/ednardo 

Belchior

Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes nasceu em Sobral, CE, em 26 de Outubro de 1946. 
Durante a infância foi cantador de feira e poeta repentista. Estudou musica coral e piano com Acaci Halley. Foi programador de radio em Sobral, e em Fortaleza CE começou a dedicar-se a musica, após abandonar o curso de medicina. 
Ligou-se a um grupo de jovens compositores e músicos – Fagner, Ednardo, Rodger, Teti, Cirino e outros – conhecidos como o Pessoal do Ceara. 
De 1965 a 1970 apresentou-se em festivais de musica no Nordeste. Em 1971, quando se mudou para o Rio de Janeiro RJ, venceu o IV Festival Universitário da MPB, com a musica Na hora do almoço, cantada por Jorge Melo e Jorge Teles, com a qual estreou como cantor em disco, um compacto da etiqueta Copacabana. Em São Paulo SP, para onde se mudou, compôs musica para alguns filmes de curta metragem, continuando a trabalhar individualmente e as vezes com o grupo do Ceara. 
Em 1972 Elis Regina gravou sua composição Mucuripe (com Fagner). Atuando em escolas, teatros, hospitais, penitenciarias, fabricas e televisões, gravou seu primeiro LP em 1974, na Chantecler. 0 segundo, Alucinação (Polygram, 1976), consolidou sua carreira, lançando canções de sucesso como Velha roupa colorida, Como nossos pais (depois regravadas por Elis Regina) e Apenas um rapaz latino- americano. 
Outros êxitos incluem Paralelas (lançada por Vanusa em 1975), Galos, noites e quintais (regravada por Jair Rodrigues) e Comentário a respeito de John (homenagem a John Lennon). Em 1983 fundou sua própria produtora e gravadora, Paraíso Discos, e em 1997 tornou-se sócio do selo Camerati. Sua discografia inclui Um show – dez anos de sucesso (1986, Continental) e Vicio elegante (1996, GPA/Velas), com regravações de sucessos de outros compositores.
 
Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira

Raimundo Fagner

Raimundo Fagner Candido Lopes nasceu no dia 13 de outubro de 1949. É cearense de Orós, filho de Francisca Candido Lopes e José Fares Lopes.     
1968 – Participa  do  IV  Festival  de  Música  Popular  do  Ceará.  Canta NADA SOU (Fagner – Marcus Francisco) e é premiado como Melhor Intérprete do Festival.   1969 – Com a turma do Capela Cristina (grupo de música e arte do Ceará) faz turnê na Argentina.
 1970 – Inicia o curso de Arquitetura na UnB (Universidade de Brasília).  
 1971 – Inscreve três  músicas  no  Festival  de  Música  Jovem  promovido  pelo  Centro  Estudantil  da Universidade de Brasília – CEUB – onde estuda Arquitetura: 1o. lugar com MUCURIPE  (Fagner – Belchior),  6o. lugar com MANERA FRU FRU MANERA(Fagner – Ricardo Bezerra), Prêmio Especial do Júri com CAVALO FERRO (Fagner – Ricardo Bezerra), Melhor Intérprete e Melhor Arranjo.           
Após o Festival viaja para o Rio de Janeiro e no mesmo ano muda-se para são Paulo.
1972 – Março: Elis Regina canta MUCURIPE e NOVES FORA (Fagner – Belchior) em seu show É ELIS, no Teatro da Praia, no Rio de Janeiro. 
Maio: Elis Regina lança seu disco anual e inclui MUCURIPE.
Junho: no DISCO DE BOLSO 2 (Compacto Simples) do jornal O PASQUIM Fagner canta MUCURIPE acompanhado pelo cantor e compositor Ivan Lins no piano.
Julho: o Quarteto em Cy grava CAVALO FERRO.
Setembro: participa do VII Festival Internacional da Canção com QUATRO GRAUS (Fagner – Dedé Evangelista). A música foi incluída no Compacto Simples e no LP OS GRANDES SUCESSOS DO FIC 72.
Wilson Simonal grava NOVES FORA (Fagner – Belchior)
Novembro: a Philips lança o Compacto Duplo com as músicas FIM DO MUNDO (Fagner – Fausto Nilo), CAVALO FERRO, QUATRO GRAUS e AMÉM, AMÉM (Fagner). O compacto tem as participações de Ivan Lins e Luiz Claudio                            
Ivan Lins lança seu LP QUEM SOU EU e inclui QUARTO ESCURO, sua composição em parceria com Fagner.              
1973 – Lançamento do primeiro LP – MANERA FRU FRU MANERA. Desse disco faz parte CANTEIROS, baseado no poema A MARCHA, de Cecilia Meireles, com música de Fagner e sucesso imediato em todo o Brasil. O LP tem a produção de Roberto Menescal e Fagner, arranjos de Ivan Lins e participações especiais de Nara Leão, Naná Vasconcelos e Bruce Henry.             
1975 – A crítica de São Paulo elege Fagner o Cantor do Ano.
MUCURIPE é gravada por Roberto Carlos.
Elis Regina grava NOVES FORA.      
1976 – O LP RAIMUNDO FAGNER é considerado pela crítica um dos melhores discos do ano.
1979 – No FESTIVAL 79 DA MPB, realizado pela TV Tupi, Fagner interpreta a música vencedora: QUEM ME LEVARÁ SOU EU (Dominguinhos – Manduka).
Divide com Roberto Carlos o Prêmio Playboy de MPB como Melhor Cantor, em eleição promovida pela revista Playboy.
1980 – Divide o Prêmio Playboy de MPB (Melhor Cantor) com Cauby Peixoto.    

Mais informações na fonte citada abaixo:

Fonte: http://www.fagner.com.br/biografia.html